Quando o JP nasceu, eu não tinha entre o meus conhecimentos ninguém com filhos com deficiência ou algum tipo de doenças ou perturbações. Entretanto percebi também que não tinha nunca travado qualquer conhecimento com pessoas com algum tipo de incapacidade. E logo desfiz essa lacuna e conheci algumas das pessoas mais fantásticas.
Entre elas, comecei a falar com uma moça, já pelos 40 anos. Também ela com paralisia cerebral. Não foi preciso passar muito tempo para perceber que éramos (e somos) amigas. Íamos falando com alguma regularidade, pelo skype, messenger, pelo telefone, desde banalidades até a assuntos mais profundos e íntimos.
Ela segue este blogue com atenção. Leu o Post anterior e reagiu.
É verdade que às vezes precisamos de levar um "abanão" para perceber e mudar opiniões. Ela deu-me esse abanão.
Explicou-me de certa forma o que passou (e passa) porque o pai sofria imenso (infelizmente faleceu) com a condição da filha e o que ela sentia em relação a isso. Que ficava triste e magoada. Sentindo que o pai sofria quando ela dava um trambolhão, de certa forma sentia que o estava a desiludir.
Mas ela só pensava em levantar-se !!! Cair era um pretexto para voltar a erguer-se. E que eu devia pensar que a vida de quem tem PC, pode ser um rol de coisas boas, felizes.
Senti que lhe doía pensar que também não fora a filha desejada.
Mas aposto que foi e é.
Assim como o meu JP. Há coisas que eu não tinha imaginado, mas ele é o meu filho sonhado sim. Como mãe todos os dias aprendo tantas coisas. Esta foi uma das mais importantes. A ti, AMIGA, um enorme obrigado por seres sincera e me abrires tantas vezes os olhos.
Não consigo imaginar a dor que possa sentir se algum dia ele me disser que eu não sou a mãe sonhada...