Hoje não falo do mais velho… será tema para amanhã pois hoje tenho reunião marcada ,na escola, com os seus professores 🥴
O meu Rafael, de 9 anos que está no 4.ºano, acordou cedo para acabar um desenho complexo e estudar matemática pois achava que ia ter um teste surpresa.
Não é precisa muita intuição materna para adivinhar que o teste surpresa não seria tão surpresa assim , se, afinal, ele desconfiava dele.
Ontem optou por ir ao treino de futebol e não aproveitou o tempo, como devia, pois veio com uma lesão e cansado . Mas eu considero que pode haver tempo para tudo.
Organizou-se mal e não pediu ajuda.
Hoje estava uma pilha de nervos, de tanta vontade de fazer tudo perfeito e que corresse bem o teste. Estou confiante que sabe o suficiente porém tem ali algumas dúvidas, mas não são possíveis de tirar em 10 minutos, nesta manhã . Ficou frustrado.
Diz que a última vez que teve um suficiente foi há muito tempo e não quer ter “ só” suficiente . Parecia algo terrível para ele….vi-o com muito stress.
Algo que não me lembro de vivenciar na idade dele. E preocupa-me este excesso de exigência própria.
Tentei não me contagiar pela ansiedade dele, (que me atrapalhou imenso a tratar e despachar o irmão para ir para a escola) e lembrei-o de respirar com calma.
Pedi que parasse de repetir
“ não vai correr bem …. “ e interiorizasse que iria dar o seu melhor. E da próxima estudaria, com antecedência, e haveria de ser mais fácil e tranquilo.
Afinal temos de aprender com os erros.
Deu-me uns valentes abraços e saiu mais calmo de perto de mim.
Eu valorizo muito mais que os meus filhos consigam ser responsáveis , equilibrados , tranquilos e que tenham a inteligência suficiente para aprender com os seus erros, do que pertençam a um qualquer quadro de honra que nada me diz. E acredito que estas características de inteligência emocional serão as principais ferramentas para a vida, mais do que as matérias que estuda na escola.
Mas sei que terei a minha quota responsabilidade ( assim como a nossa sociedade ) neste grau de exigência própria.
É algo que irei tentar entender.
Será que acha que por ter um mano com deficiência tem de ser ele “ perfeito “ ?
Não acho que tenhamos incutido isso, mas é algo que terei de analisar.
No fim disse-lhe que se visse outra pessoa que estivesse como ele , nervosa , sorrisse para ele/a e dissesse que tudo iria ficar bem.
Que contagiasse, com a sua tranquilidade, outra pessoa.
Sem comentários:
Enviar um comentário