terça-feira, junho 12, 2012

OS meus filhos são os melhores do mundo

Ser mãe novamente fez-me sentir tudo outra vez. Nasceu em mim, no momento em que o Rafael nasceu, mais uma vez, o amor ilimitado, incondicional e puro. Os meus filhos são para mim, o melhor do mundo e os melhores do mundo. Fazem-me sacrificar de formas que julguei impensáveis. 
O Rafael trouxe muita alegria, a tranquilidade, simpatia. É nosso companheiro. Sinto que nos entendemos de uma forma excecional desde que nasceu. 
Ajudou muito ter 7 anos de experiência em linguagem não verbal. Mas ele também ajuda, com a sua maneira de ser, tão serena e bem-disposta.  A convivência com ele, nestes quatro meses, tem sido, também absorvente, como é,  com qualquer bebé. Mas enriquecedora. Em cada dia ele conquista-nos e marca a sua posição na família. Ainda está a ser amamentado, em exclusividade, e fico muito feliz por estar a conseguir alimentá-lo da melhor forma.

O JP continua igual a ele próprio. Cada vez mais rapazinho. Adora a namorada e os amigos. Trocam bilhetinhos com pedidos de casamento, um para o outro. Fantasiam sobre o futuro. Vai às festas de anos onde é sempre acarinhado e incluído. Os amigos dão a dica à mãe que se pode ir embora. Eles empurram a cadeira, dizem.
Continua a trabalhar muito, fisioterapia, natação, hipoterapia, que são as terapias que mais mostraram resultados, até hoje.  Desistir está fora de questão. Por mais cansaço que haja. Continuamos sempre, mesmo cansados. Sinto que não se porta melhor, porque nem sempre tem todos os meios à sua disposição para se exprimir e como o pensamento dele anda sempre a mil, existem, inevitavelmente, frustrações comunicativas. Confesso que me preocupa não o ver sorrir tanto como antes...mas creio ser por estar mais "homenzinho". No entanto receio que sejam frustrações e  as primeiras revoltas. Espero que esteja enganada.

Ainda um destes dias, disse-me com o caderno de comunicação (era a única coisa que tínhamos perto de nós) que a mamã precisava de tirar leitinho com a bomba, para poder deixar o Rafael também na casa da avó (quando ele também vai). Entre símbolos  e palavras escritas letra a letra. Mas a ideia, que era bastante complexa, passou. 
A construção das frases melhorou muito, desde que entrou para o 1º ano. Fico impressionada com a linguagem que utiliza e não parece normal num miúdo da idade dele. Usa (escreve) termos, como por exemplo,  "faleceu" (sim, infelizmente, continua fascinado com o fenómeno da morte)  e "responsável". 
Sinto muito orgulho nele. É um miúdo que muitas vezes nos cansa (a mim, ao pai, à professora, etc) pela sua persistência e insistência. Mas se não fosse assim, ele seria engolido pelo mundo. Mas ele não é passivo. Ele quer as coisas à maneira dele, ele exige e ele faz acontecer. Claro que o equilíbrio entre as exigências do JP e a nossa sanidade mental, não é fácil de conseguir, mas havemos de encontrá-lo.

Em breve teremos o "Magic-eye" (o software que permite que a sua retina funcione como "rato")  em casa, ele conta os dias para trazê-lo. É muito rápido e eficiente. Tal como ele gosta.