quinta-feira, março 29, 2012

Quase 2 meses depois


O JP continua enamorado do seu maninho a quem gosta de chamar "Rafa".

Vieram as férias da Páscoa e com elas vieram também insónias noturnas. Acorda pelas 5 da manhã e há sempre algo que lhe tira o sono. Um dia chora porque pensa nas pessoas próximas que podem morrer, outros porque, simplesmente, não tem sono e quer conversa. 
Se me vangloriava porque tenho tido umas noitinhas fantásticas com o pequenino, o mais velho já tratou do assunto. Não é a primeira vez que tem uma fase destas (e por isso não posso atribuir ao nascimento do mano) e espero que vá embora depressa, sob pena de perder, de vez, a minha sanidade mental :P
Ficar com os dois, sozinha,  não é nada fácil. Mas eu não sou de me deixar vencer. Não só fico, como saio com os dois. Uns dias vamos lanchar, outros à fisioterapia. 
Se ficamos em casa, passamos o dia em "mama-dentro-mama-fora" e não se passa mais nada. Assim, é divertido.


Ontem o JP teve consulta de fisiatria e precisei de separar-me, pela primeira vez, do Rafael que ficou com o meu pai, por um par de horas. O JP teve imensos ciúmes. Mas, como esperava, correu tudo bem, incluindo a própria consulta. O Rafael dormiu o tempo todo e quando acordou deu uns sorrisos enormes ao vovô e mostrou-lhe os seus olhos da cor do céu, que só pode ter herdado dele.

Para rir

terça-feira, março 20, 2012

Mais pensamentos...

Depois de uma primeira experiência de maternidade com um menino (exigente) como o JP, a segunda parece, deliciosamente, tranquila e fácil.

O JP ainda hoje continua a ser um menino cheio de convicções, ideias próprias e teimas. É, sem dúvida, uma criança, incrivelmente, doce e especial. Todo o desafio e dedicação destes 7 anos valeram completamente a pena. A nossa relação é, e será, sempre muito intensa. 
Nunca considerei ter dado demasiado mimo (ou dei, mas também soube ser rígida)  mas ele é, genuinamente, sedutor e também um bocado abusador. 

O Rafael parece ter nascido "boa onda". Está quase sempre tudo bem com ele. E ele não tem tido uma vida pacata e tranquila. Pelo contrário. Tem tido  a agitação e a rotina que sempre tivemos.
Mesmo tão pequenino, consegue muitas vezes esperar pelo que é difícil. 
Mas os seus sorrisos gigantes mostram-me que não tenho nada que me preocupar.
Mas, como todos, também é espertalhão e já sabe reclamar, cada vez mais, privilégios  :) 

Sou mamã de dois rapazinhos que são a minha paixão.

segunda-feira, março 12, 2012

Manos

Na esquerda- JP com 3 meses                        Direita: Rafael com 1 mês
O Rafael já não é um recém-nascido. Está a crescer a olhos vistos.
Acho-o muito parecido com o JP, em bebé. Apenas a tonalidade das cores mudam.

Na foto da esquerda está o JP com 3 mesinhos com uma expressão muito parecida com a atual do Rafael. 
Ar vivaço e brincalhão. 

Temos muitas diferenças na personalidade. Enquanto o Rafael é mais visual, o JP sempre reagiu melhor aos estímulos auditivos. O sorriso fácil é o mesmo. O do JP veio dentro dos parâmetros considerados normais, mas pelas 6/7 semanas enquanto que o Rafael com 3/4 semanas já sorria intencionalmente, principalmente, para a mamã. 
O Rafael é mais calmo, pede menos colo (mas também gosta). 
O JP sempre pediu muito contacto físico e atenção. 
Temos estado muito atentos ao mais velhote e queremos que sinta que tudo continua como antes. Até agora parece ter resultado. Ele anda feliz.
Continuamos nas nossas atividades habituais. O Rafael agora acompanha-nos e não atrapalha nada (mas, por vezes, precisamos de uma pequena ajuda extra, claro). Temos conseguido gerir a rotina familiar e sabe maravilhosamente. 
A professora contou-me que o JP está muito mais participativo em sala de aula. Mostra-se mais interessado e tem tido sempre verdes, o que significa que se está a portar muito adequadamente.

A nível físico, tem feito alguns progressos na fisioterapia e evoluiu, a olhos vistos, no equilíbrio.
Este fim de semana supervisionei os trabalhos da escola que trouxe para fazer em casa e, a determinada altura, fiquei estupefacta com o desembaraço e a velocidade que ele escreve, introduz fotos, recorta e redimensiona num documento do Word. Arriscaria a dizer que fez bastante mais depressa, usando o GRID e o varrimento,  do que eu faria por vias normais.

Estou, francamente, contente com o modo como as coisas estão a correr na escola. 
Não estar ligado à unidade multideficiência foi um passo, gigantescamente, positivo para ele e para nós. Até agora foi a todas as visitas de estudo. Tem acompanhado sempre a turma. Cresceu muito. Está integrado.
Continua a ligar-se, com muita força, a quem o trata bem. Adora a sua auxiliar e em casa fala, constantemente, dela. É como mais um membro da família.

Finalmente estão a nascer os dentes definitivos. Mas o rapaz está mesmo decidido a dar-me trabalho e vou ter de ir ao dentista arrancar os de leite, que deviam ter caído e não caíram. Copiou o pai.

Fala muito com o mano. 
Desde que soube da existência do Rafael, acho que conheceu um sentimento novo. Ele irradia.

Quanto ao meu "formiguinha pequenino", não sei se foi por eu me ter tornado expert em linguagem não verbal, mas já o vejo reagir a pelo menos a 2 frases: "quer mamar?" e "vamos tomar banho". 
Às duas, pára, arregala os olhos e esboça um ligeiro sorriso que me dá a resposta. 

sexta-feira, março 02, 2012

Um mês

Faz hoje um mês. Parecia um dia como todos os outros. 
Acordei cheia de entusiasmo. Talvez por saber que, nesse dia, iria, certamente, conhecer o Rafael.
Uma rotina igual a todas as outras manhãs. Acordar o meu "mais velhote", pequeno almoço, banho e vestir, e entregá-lo na porta de casa para ir para a escolinha. Assim foi. 
Mas ele sabia que no fim do dia de escola, chegaria a casa e iria ficar com a madrinha até à avó chegar. E também ele estava muito entusiasmado.

Pelas 17 horas já estávamos a caminho da clínica. E às 18 h dava entrada para o internamento.
A minha médica apareceu uma hora depois e os nervos começaram a vir à flor da pele. Estava tão sensível. Tremia. Vulnerável. Iniciaram-se os procedimentos. Em poucas horas iria finalmente conhecer o meu boneco.
Entre as 22.15 h e as 22.30 h fui levada para o bloco de partos e o pai da criança decidiu à última da hora que iria assistir. Tínhamos mais ou menos combinado que não...mas perante as emoções de última da hora, trocámos de opinião.  
Às 22:52 h nasceu o meu Rafael. 
Chorei assim que ouvi o seu choro. Colocaram-no em cima de mim, ele tranquilizou-se e derreti-me porque ele estava cheio de fome a chuchar nos dedos.
Pouco depois, estava no quarto a amamentar o bebé, que esperei por 9 meses e o pai perto de mim. Chocada por não me lembrar quão pequeninos eram os bebés recém-nascidos.
Foi tão tranquilo quanto poderia ser. Mas ainda não estava completa a história, até contarmos ao JP. Assim ele foi o primeiro a saber, com direito a uma foto e tudo. Ouviam-se gritos de alegria do outro lado do telemóvel. E assim foi há 1 mês atrás...02/02/2012. Um dia muito feliz.
Uma recordação para a vida.

Desde aí, o Rafael tem sido um sonho de bebé. Tranquilo, colaborante...praticamente refila apenas para mamar. E aí não há quem o páre.  Às vezes gosta de adormecer apenas sozinho, outras precisa de um "embalo". 
Tenho conseguido gerir a rotina familiar lindamente em parte por ser um bebé tão calmo. Que bom seria continuar assim…
Um mês depois, os manos já interagem um com o outro, de forma muito diferente daquela que interagimos entre nós.

Adenda: Em condições normais o Rafael teria escolhido a sua data, mas a equipe médica achou por bem, (e tendo em conta que o parto do JP acabou numa cesariana) que não se ultrapassassem as 39 semanas para diminuir diversos riscos, entre eles o de rebentamento do útero por já estar fragilizado. De surpresas eu já tive uma boa dose, por isso não me importei. Estou feliz de tudo ter corrido bem.