Alguns comentários feitos no Post anterior relembraram-me algo que me costuma deixar pensativa. Efetivamente, os pais da atualidade já não querem filhos iguais. Querem filhos diferentes sim, mas para melhor (isso inclui muitos parâmetros e, frequentemente, um excelente desempenho escolar…) É um mundo muito mais difícil este…
Como pais devemos, realmente, preparar os nossos filhos para este mundo bastante exigente e devemos exigir empenho.
Na minha modesta opinião, empenho sim, mas não competitividade. Não há nada como uma infância descontraída, sem pressões, como foi a minha.
Como pais devemos, realmente, preparar os nossos filhos para este mundo bastante exigente e devemos exigir empenho.
Na minha modesta opinião, empenho sim, mas não competitividade. Não há nada como uma infância descontraída, sem pressões, como foi a minha.
A minha primeira classe correu muito mal. Se fosse hoje ter-me-iam diagnosticado Déficit de Atenção e ter-me-iam colocado um "rótulo qualquer" que me encheria de complexos e dado aos meus pais centenas de conselhos. Mas afinal, sem grandes exigências dos meus pais, acabou por dar tudo certo. Segui o percurso dos meus manos muito bem sucedidos escolarmente...Fui sempre, razoavelmente, boa aluna e dedicada (às vezes até um pouco "croma", eheh).
Como se delineará este contorno entre exigência necessária e o amor incondicional de que é feita a autoestima? Gostaria de me sentir mais segura neste campo… mas acho que só terei de atuar como todos os outros pais. Como os meus pais. Conhecer as potencialidades do meu menino e exigir, q.b.
Sei que não devo esperar pouco empenho, só porque ele tem diferenças. No que tiver capacitado, o JP deve e tem de colaborar. Para mim, não me interessa nem um bocadinho que seja o melhor. Quero que cumpra os mínimos. Basta. De resto, o que mais desejo é que ele seja genuinamente uma boa pessoa e que saiba fazer amigos.
Sei que ele já tem algumas perceções sobre o que se passa. Parece-me aceitar muito bem, mas nem sempre. Irrita-se quando quer algo e não chega lá sozinho. Mas só vejo frustração...não vejo tristeza. Tento que se domine, que se acalme. Que volte a tentar...mas não é tarefa fácil.
Por outro lado julga-se esperto (talvez porque nós não esperando grandes espertezas, ficamos boquiabertos com o que ele já mostra saber…) e por isso adora jogar a tudo o que possa evidenciar as capacidades dele. É vê-lo à gargalhada deliciado enquanto "mostra o que sabe"...todo vaidoso.
Estamos numa fase que temos muitas birras que se controlam com conversas. Temos momentos de ternura e começamos a ter um grande companheiro de galhofa.
Os 32 meses são, deliciosamente, vivos...uma fase de muita descoberta, mas já muita perceção do mundo ao seu redor. Sinto que o JP será nosso companheiro e amigo, para toda a vida.
P.S: Há toda a legitimidade em desejar que os nossos filhos tenham bom desempenho escolar, pois não queremos todos "o melhor para eles" ? A única coisa que não concordo é colocar isso no topo das prioridades e fazê-los sentir essa pressão desde pequenos. Essencial é educar, amar e criar BOAS pessoas (amáveis, autónomas, responsáveis) . Se forem bons em tudo, melhor ainda !
11 comentários:
Olá Grilinha,
efectivamente, no post anterior eu referi conceitos como o ser diferente para melhor... Penso não ter sido mal interpretada, nem ter posto em causa nas minhas palavras a questão do ser diferente para melhor no âmbito negativo da questão... sempre o ser diferente para melhor no que toca à aceitação do mundo. O ser diferente para melhor no interior da alma, realizando-se como ser individual e cheio de competências para aceitar diferenças e igualdades. Era ao que me referia.
Talvez me tenha exprimido mal. Peço desculpa se a magoei ou se toquei nalgum aspecto sobre o qual eu mesma não me tenha explicado bem...
A luta da grilinha e a de muita gente ajuda-me a compreender igualdades, diferenças, anseios, resignações e vitórias que de outro modo não poderia cultivar de forma tão bem exemplificada quando me passam pela mão e pelo coração crianças com as quais tenho que lutar por uma igualdade pela diferença.
um beijo apertado e cada vez mais vitórias e sorrisos, é o que desejo!:)
Mais uma vez peço desculpa se não me fiz entender bem, Grilinha.
teresa pintor
Grilinha,
fico tremendamente aliviada por saber que não fui mal interpretada, pois longe de mim tentar confortar e dar força a alguém, obtendo o sentido inverso nos meus objectivos. Obrigada por me teres tranquilizado imediatamente, pois eu estava muito preocupada.
Na verdade, depois de ter relido o teu post, fiquei com a sensação de que eu é que o tinha interpretado mal e que não teria de estar preocupada!
Deus, o que aqui vai!ahaha
Há uma coisa que eu gosto de deixar sempre bem explícita a mães lutadoras e a filhos vencedores: a guerra, essa já está ganha! a vossa guerra está ganha! A medalha é a coragem! Agora... São batalhas aqui e ali! Muitas batalhas, é certo! Mas com uma medalha dessas ao peito, quem vos vai travar a luta? Ninguém!
Outro abraço apertado!
Ai!!!
em cima era eu, a Pintor do Portal Junior!
Esqueço-me que isto não é do portal e penso que fica o meu registo!
(pq n mudas para lá? Ficavas mais à mão!! eheheh)
teresa pintor
Longe disso, TERESA !!!
Realemente o post foi inspirado na tua frase, porque é algo que tenho pensado desde há muito tempo. Os pais querem que os filhos sejam os melhores...e até ´ser mãe (gravidez incluida) também eu o desejava. Mas isso não é bom para ninguém...e acredito que grande parte das pessoas que me lêem, pelos comentários que deixam, podem até querer que os filhos tenham bom desempenho escolar, mas o que lhes realmente interessa é que é que eles sejam boas pessoas e que sejam felizes. Só que também sei que há gente diferente. E é a esses que me refiro...
Mas nem pretende ser uma crítica..somos "impelidos" a ser assim, por toda esta sociedade que nos exige que sejamos Bons...e como só queremos o MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS....
Só acho que é preciso não passar esse tipo de pressão para as crianças. Se ma tivessesm passado, tenho a certeza que nunca teria tirado um curso...ou podia ter tirado, mas andava "mais avariadinha" do que já sou...lol...
Tudo entendido , Amiga.
Beijinhos para ti.
Ai Grilinha... e eu com os meus alunos?? Oh céus... Que quero tanto que sejam felizes! Mas sempre os melhores dentro da felicidade que tenham para receber da vida!
E se percebo essas pressões familiares do ser "verdadeiramente" o melhor...
"Então o meu filho tem suficiente a matemática?"
"Tem!! Progrediu muito! Teve um desempenho fantástico este período!!"
"Ai professora Teresa, se tivesse tido um bom desempenho, teria tido Muito bom na nota"
Grilinha... que fazer?? Pois...
Mil beijos! Há um convite para ti no meu blog! hoje isto parece um Forum! Aqui e além! ahahaha
Ai querida... Desculpa incomodar novamente! Não te desamparo a loja hoje...
É que já te enviei o mail, como combinado!:)
Sorry! Sorry!
Hoje não volto mais!:)
Logo, vou tomar um "cafézito" com a Cláudia! Queres ir tb!:)
Bjinhos! Mtos!
Como gosto do que escreves!
É só para te dizer que no "mundo" doa baginhos ara além do amor e dos abracinhos também há muitas birrinhas!!!
Beijocas
Hoje em dia, os pais fazem competição entre os filhos...
A educadora do JP, antes de ele ir para a primária, disse-me: _Olhe mãe, o JP é bastante inteligente, do grupo que vai para a primária, ele é capaz de ser o mais inteligente...mas não espere grandes notas...para ele um suficiente está bom...ele não é uma criança muito ambiciosa...
Hoje, oiço do Professor (ele vai para a 4ª Classe) a mesma coisa...mas o principal é que é uma criança super saudável e um grande companheiro dos coleguinhas...
Por isso, mesmo que fosse uma mãe competitiva, estava mal...
O importante é que, sim progridam nos estudos, mas naturalmente e sejam MUITO FELIZES...
Continuo a adorar ler o teu blog
Bjos
Sil
Olá!
De facto nos nossos dias parece ser uma tarefa complicada esta da educação, escola, etc.
A minha 1ª preocupação é que a Beatriz seja feliz e conseguir ajuda-la a ultrapassar as dificuldades sejam elas quais forem.
A minha primária foi uma experiência horrivel que não desejo a ninguém e isso começa a ser dificil de lidar quando penso que a Beatriz também vai ter que ir para a escola, mas certamente será muito diferente daquilo porque passei nem eu vou permitir que seja igual. Até lá resta-me criar a minha filha como pessoa digna e equilibrada.
Beijokas
Beta / edokas
Muito dificil educar nos dias de hoje, e presentemente na minha vida sinto-me cheia de perguntas. É dificil educar os 6 anos de vida de uma criança... Vou lhe dando como exemplo os meus modos de agir no dia á dia e assim espero lhe dar o meu melhor.
Beijos
Concordo com tudo o que escreveste!
Bjos
Cristina
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