sexta-feira, junho 12, 2009

Desenvolvimentos do caso da cadeira - Sucessões de Injustiças

    Saiu uma notícia no Jornal, Correio de manhã de 4ª feira dia 10 Junho, na pag 17 , sobre a demora da atribuição da cadeira de posicionamento ao meu filho.

    A atribuição (soube hoje) nunca será feita por aquele organismo - HOSPITAL DO BARREIRO.

    Sim, Foi só hoje que recebi-( 2 meses e meio depois) resposta à minha carta endereçada ao Hospital de Nª Senhora do Rosário onde pedia explicações relativamente aos 3 anos de espera pela cadeira de transporte e posicionamento do JP. Ou seja, 3 anos depois tive uma resposta oficial ao assunto desta ajuda técnica. "É absolutamente fantástico, não acham ?".

    Adivinhava o que lá estava escrito. A Sra. Administradora do H.N.S.Rosário- Barreiro , Eng. Izabel Monteiro que "maravilhosamente" tem conduzido este processo, informou-me agora que não pertenço à área abrangida pelo hospital. Informou-me também que não têm verbas e encaminhou o assunto para a segurança social da minha área de residência.

    Ridículo e vergonhoso é terem demorado 3 anos a perceber/dizer que não pertenço à área , embora eu saiba que isso nada tem a ver. Várias amigas aqui da margem sul têm os filhos nas consultas da Estefânia e é por lá que recebem tudo o que necessitam. E se fosse efetivamente um problema, nunca o teriam aceite nas consultas e na fisioterapia.

    Enfim, infelizmente tudo isto prejudicou o meu filho e continua a causar um grande desgaste no seio desta família. Aliás, o JP continua a ser seguido pela Fisiatra deste hospital , Dra. Isabel Melo, que o segue desde um mês de idade e que o conhece melhor do que qualquer outro médico.

    Engraçado também que só depois de ter feito tanto barulho resolverem encaminhar o processo para outra entidade. Três anos a empatar. Chamar-se-á isto de má vontade, má-fé ou de incompetência ou ainda de tudo junto? Que dizer do descaramento da assistente social Irene Belo ter-me proposto pagar a cadeira a prestações, o que é absolutamente ILEGAL !!!! Esta senhora conhece o código deontológico da sua profissão ?

    Por tudo isso e muito mais, o assunto já foi para o gabinete do Primeiro Ministro através de um amigo feito recentemente (Obrigado José). Já recebemos resposta de grupos parlamentares mas ainda acredito que o Ministério do Trabalho e Segurança Social resolverá o assunto, pois creio que a incompetência teve origem na ridícula condução do processo por parte do Hospital do Barreiro e em especial pela Sra. Administradora Eng.ª Izabel Monteiro .

    Tristeza das tristezas é que a "tal" cadeira há muito que já não é adequada ao JP, nem para passear nem para trabalhar na sala de aula. Não serve para trabalhar no pré-escolar onde entrará em Setembro. A cadeira adequada foi avaliada na Gulbenkian, há cerca de 2 meses, por uma equipa multidisciplinar e custa o dobro. E lutarei por ela, pois com tanto tempo que passou, temos agora prescrita uma cadeira pequena e que não se adequa aos iminentes desafios do meu filho. Luto pelo que o meu filho merece e precisa.

    A Segurança social pede-me agora resmas de papelada, para nos poder atribuir a cadeira. Se este tipo de ajudas técnicas/produtos de apoio são um direito fundamental do cidadão com deficiência, (independentemente dos rendimentos dos pais), então...continuo sem perceber nada. Seja como for, esquecem-se dos gastos que uma família tem , quando tem de criar uma criança com todos estes problemas.

Passo um excerto de uma carta de uma amiga:

Grilinha, não sei se sabes, trabalho numa IPSS . Tenho conhecimento de situações bastante dramáticas, tornando-se de alguma forma revoltosas perante as injustiças. A problemática da atribuição de Ajudas Técnicas pela Segurança Social é, desde sempre, um assunto deveras complicado, tornando-se ineficiente e desajustado. Em muitos casos, quando a "ajuda" é concedida já está fora das necessidades de quem dela necessita, como um meio indispensável e fundamental para a integração sócio educativa da criança portadora de deficiência, dificultando e atrasando assim a potencialização das suas capacidades. Uma vez mais, lamento estas situações de uma fraqueza do n/ sistema. Aguardo notícias sobre o JP.

Assim, e sem nada de concreto resolvido, não sei como continuarei a passear com o meu filho na rua, nem como fará visitas de estudo na escolinha. Imaginam a dor nos nossos corações ???? A desilusão do meu filho ?

Não desejamos esta situação a ninguém.

Apelo mais uma vez à vossa vontade de ajudar e continuem a divulgar por todos os contactos e a assinar ! São vocês que mais me têm ajudado. Obrigado.

http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2009N85

8 comentários:

José disse...

Esses burocratas da Segurança Social deveriam - salvo seja, que as crianças não têm culpa - ter filhos assim para perceberem como meia dúzia de tostões que é o custo de uma cadeira em relação aos ordenados e outras despesas fabulosos que alguns ganham para não fazerem nada... continuamos e continuaremos a ser um país de injustiças e de 3.º mundo!!!

José

Ana disse...

Ola querida mama, eu de momento não estou a viver em Portugal, e acho muito revoltante a tua situação, já assinei a petição e queria perguntar-te se ja tentaste que o teu caso chegasse aos meios de comunicação, às vezes resulta! Um beijo grande e desejo-te muita força!

Grilinha disse...

Querida Ana

Para a semana temos uma ou duas entrevistas marcadas com canais privados. De quaqlquer forma , alguns jornais já noticiaram o caso.

Beijinhos e obrigado pela dica.

Cristina disse...

É incrível.
E só quando se questiona, reclama e divulga é que as coisas se resolvem!

Bjo grande

Cristina

Grilinha disse...

José...não posso estar mais de acordo. São migalhinhas (embora que haja dezenas de casos como o do meu filho), mas de qq forma, custam apenas um extra dos carros de topo de gama dos nossos governantes. Culpa não têm e SÃO crainças. São estas e as que sofrem de abandono e violência, que mais precsiam de apoio. Antes de resolver como isto, como se avança para projectos megalómanos, que já nos habituámos a ter neste país e que já mostraram para que servem...
Bjs

Grilinha disse...

Cristina

Gostava tanto que não fosse assim. Porque desgasta pais e crianças que por natureza já têm muitos desgastes psicológicos. Só os mais fortes, ou com muito apoios conseguem levar o processo até ao fim. Uma pessoa normal, desespera , desiste, acaba por se conformar com o que vier e der....porque não é nada fácil É uma luta, que nos deixa maus tratos psicológicos.

Beijos amigos

Grilinha disse...

Ana

A probabilidade de estares melhor do que aqui é em grande. Benvinda, Beijos

Gi disse...

Perseverar sempre:)