
Quem me conhece sabe que sou tolerante e não fervo em tão pouca água assim. Mas tenho dificuldades em tolerar gente mal formada.
A enfermeira que administrou a vacina da Gripe A ao JP avisou que seria bom ter ben-u-ron em casa não fosse o miúdo fazer um pouco de febre. A última vez que teve febre foi, felizmente, há tantos meses que vi logo que tinha de comprar uma nova embalagem. Assim passei pela Farmácia antes de ir para casa. Mas não consegui levar ninguém comigo e não me convém nada andar muito a pé por estar em pós-operatório. Como há um lugar de estacionamento para deficientes, mesmo na frente da farmácia, estava tranquila.
Só que, por azar, estava ocupado, por um carro sem dístico. Pois, fiquei calma e estacionei, em segunda fila, atrás desse carro. Com certeza a pessoa iria entender e rapidamente eu tiraria o carro quando fosse necessário. Só que como já esperava, a pessoa não era deficiente e a senhora, que estava dentro do carro, rapidamente apressou-se a vir reclamar, em alto e bom som, comigo. Já com o JP ao colo pedi desculpa e perguntei: então o seu marido, que está na Farmácia, é o deficiente ?
Com o maior descaramento disse-me: "Não. Nenhum de nós é deficiente."
"- Então, desculpe, mas esse lugar é meu. "- disse eu.
Entrei dentro do carro e retirei-o daquele lugar convencida que a senhora (que nem se deu ao trabalho de pedir desculpa) iria mudar o seu carro, ou então seria ela a ficar em segunda fila.
Nem um milímetro mexeu no carro. Voltei a estacionar atrás dela, trancando o carro e voltei a pegar no JP para ir à farmácia.
Pois havia de esperar !
Acabou por não esperar, pois na Farmácia conhecem-me bem e apesar de ter um sistema de senhas a dona mandou-me passar à frente por estar com o
JP ao colo.
Incrível. Eu não gosto de ter direito de usar o lugar dos deficientes (era bom sinal não precisar ), mas infelizmente temos direito a ele. E ainda bem.
Mas a má educação de algumas pessoas deixa-me estupefacta.
Eu não sou fundamentalista. Era errado estar ali estacionado, mas admito que as pessoas possam sentir-se tentadas. Não foi a primeira vez que me aconteceu. Mas as pessoas sempre, educadamente, se justificaram e corrigiram.
O que não entendo, nem quero entender, é não ter a humildade de pedir desculpa e muito menos não corrigir o que está mal. É assim tão difícil e doloroso ?
Espero conseguir educar o JP para ser uma pessoa bem formada.