segunda-feira, novembro 22, 2010

Emoções

Quem me dera às vezes SENTIR menos.
Quando o JP saiu do colégio, eu sabia que teria de cortar um cordão umbilical que tinha mesmo de ser cortado. Ele tem imensas saudades, eu também. Mas este é o nosso caminho e temos de o percorrer. Lá deixámos a paixão nos nossos relacionamentos.
Sentimo-nos desamparados e não se deve ao facto de o JP ter necessidades especiais. Uma outra mamã cujos filhotes "normais" saíram do mesmo sítio, sentiu exatamente o mesmo.
Esta nova escola não o conhece desde os 9 meses. Ele é mais um entre muitos. A vida também é mesmo assim. Somos apenas mais uns pais de um menino com PC, ele é apenas mais um número nas estatísticas. No nosso universo restrito de amigos, pais e profissionais, temos sempre alguma esperança que nos façam sentir especiais.
Mas por vezes tenho a sensação apenas que sou apenas " a mãe chata e ansiosa". E ele um menino "sortudo, com tudo para ser muito feliz porque tem uma mãe que o apoia ao máximo".
E de que me posso queixar eu mesmo ? Ele está bem, todos se esforçam para que ele seja incluído em tudo. Gosta de ir para a escola, gosta de todas as professoras e dos amigos. Não me posso queixar, verdadeiramente, de nada.
Sinto é falta da paixão a que estávamos habituados.
Provavelmente estaríamos, apenas, muito mal habituados…

9 comentários:

Mina disse...

Nunca estamos totalmente satisfeitos, e quando partimos de uma permissa excelente tem de nos surpreender muito para lá chegar...
Tudo ainda está no ínicio, não se pode exigir muito, mas nós mães queremos sempre mais, o que é justo são os nossos tesouros...
bjinhos

Helena Barreta disse...

Entendo o que sente.

Agora que o meu filho é estudante universitário percebo o quanto gostava de estar ligada a directores de turma, encarregados de educação, professores e todo aquele envolvimento que tive durante 12 anos como mãe e encarregada de educação presente e sinto falta daquelas conversas, da cumplicidade entre todos e dos laços que criámos.

Anónimo disse...

Linda!
É verdade os primeiros meses das mudanças,são difíceis. Principalmente, quando estamos habituados a ser queridos pelas pessoas, mas estou certa que o JP vai sempre encontrar gente que o irá mimar no bom sentido. Um dia, um professor, disse-me que a vida era como um rio que que a gente se deixava ir pela corrente, dando as vezes, pequenos desvios para não encontrar pedras, mas no final, chegamos sãos e salvos. A vida é como um rio.

um beijo grande.

Joana

Vera Raquel disse...

Beijos para os dois que bem merecem!!

jcas

Tita Dom disse...

É perfeitamente normal!! A outra escola practicamento o viu crescer dai essa tal paixão. Com o tempo talvez venhas a sentir de novo esse mimo bom vais ver!
Bjs grandes em vós

Anónimo disse...

Isso só mostra que gostas de estar envolvida a 100% na vida do JP, és uma grande mãe grilinha de estimação :)

CláudiaMG disse...

Olá Helena

Eu este ano senti o que sentiste com a Madalena que saiu do colégio que a viu crescer para uma Escola com 2000 alunos.
Senti que o carinho e o amor que tinham por ela no colégio não o vou encontrar noutro sitio, porque o colegio era pequeno, era a sua segunda família, era o sitio onde chegava e sabiam sempre onde estava a Madalena e o que estava a fazer o Guilherme.
No entanto a Madalena tem outra idade e com essa idade veio também outra maturidade que me sossegou o meu coração de mãe nesta nova escola.
Agora se tenho coragem de tirar o Guilherme, quando for para a primária, do colégio que o acolhe com tanto carinho, que tanto fazem por ele, digo-te neste momento que não.
Apesar do enorme esforço financeiro que isso significa para nós, mais ainda na minha actual situação, prefiro mantê-lo ali até ele ter idade suficiente e maturidade suficiente para ir para um sitio que em vez de 13 meninos na turma têm 28 e que em vez de 100, têm 500, porque ali sei que ele é amado e acarinhado e o meu coração está descansado.

Um grande beijinho

Grilinha disse...

Claudia...
A situação do JP é bastante diferente da do Gui...neste momento não posso dizer que o balanço é negativo. Não me parece e de qq forma é muito cedo.
Nem pensar, querida. Falta qq coisa sim, mas o horário integrado, todos os apoios (hipoterapia, hidroterapia, fisioterapia, terapia da fala) e até mesmo o numero de alunos (são menos na escola pública). Os laços talvez ainda os esteja a criar. Ele está lá há 2 meses e esteve 5 anos no colégio...

Eu pensava assim quando o tinha no colégio...mas agora vejo que ele cresceu. Porém , a situação ideal talvez fosse qq coisa pelo meio das duas...ou não...não sei exactamente. Mas estamos satisfeitos. Não podemos dizer outra coisa. Houve um preço a pagar. A escola não o conhecer...não o estimar da mesma maneira. Mas por vezes temos mesmo de ir por novos caminhos. Ele fica mais 5 anos nesta...quem sabe o que direi daqui a 5 anos ???

Vamos mesmo de ter mais calma. Até lá ir sossegando o coração...
De qq forma acredito que cada uma de nós vai saber o que é melhor para os nossos rebentos em cada fase...

Beijinho

Leoinha disse...

Olá, Grilinha!

Pelo que percebi as coisas não estão a correr mal, o que é muito bom. Ainda é cedo, ele está nessa escolinha há pouco tempo ... E de facto não podias rejeitar o facto de ele ter direito a tantas terapias sem custo nenhum e que tanta falta lhe fazem ... Cada fase é diferente e às vezes custa-nos, mas depois algures no tempo entra em "velocidade cruzeiro"!

Bjs,
Leo