Parece que, desde o nascimento do JP, cada vez mais se fala do assunto da paralisia cerebral na televisão. Gostei francamente da reportagem.
Falou como a paralisia cerebral está no nosso julgamento associado a atraso intelectual e como grande parte das vezes isso não corresponde à realidade. Como as famílias se desdobram para enfrentar as dificuldades, as barreiras, os processos burocráticos. A falta de apoio do estado (apesar das boas intenções do ministro ;-) ) . Fala de como desistem das crianças e o porquê de tantos pedidos de ir a Cuba. Fala dos tempos de espera pelas cadeiras eléctricas...(há quem esteja há espera há mais de 20 anos por cadeiras de custam 8000 Euros e eu pensei) - "Ainda bem que fizemos barulho, denunciamos, barafustamos". Tivemos muito mais cedo do que outros, mas demasiado tarde. Ajudamos a que se fale disto: FALTA DE APOIOS. Lutamos por eles. Temos direito e não somos cidadãos de segunda. Fala de um dotourado que não tem emprego....
Esta reportagem está francamente bem feita, muito triste e sensibiliza-nos para fazer algo. Mostra a garra de quem trava esta luta. Mostra o conformismo de quem não pode fazer grande coisa.
Não deixemos que o futuro seja como o presente. Estes meninos e meninas, estes adultos estão subaproveitados, recebendo subsídios que não desejam. Desejam poder trabalhar e muitos deles conseguiriam, obviamente. Acredito que aos poucos tudo vá mudando. Começa em mim e noutras mãe como eu. Começa um bocadinho por todo o lado. Juntos faremos diferença na paralisia cerebral, nas doenças raras, na diferença. Disse uma mãe: O nosso país devia estar concebido para que tudo corresse literalmente "sobre rodas". Mas nem perto.
Entendo o que ela diz. Quem sabe desta realidade sabe que basta o nosso sofrimento de ver um filho ter limitações que não desejámos, quanto mais constantemente cortarem-nos as pernas, passarem-nos rasteiras, enrolarem-nos na burocracia e na falta de oportunidades.
"Asas de Ferro", é uma reportagem Ana Leal, com imagem de Júlio Barulho e montagem de Miguel Freitas, que fala da angústia de todas essas famílias, mas também da força e da coragem de quem, apesar de tudo, não quer desistir. Obrigado por este excelente trabalho. Irei felicitar-vos pessoalmente por mail. Um trabalho fantástico. Link : Aqui REPORTER TVI
20 comentários:
Olá Helena
Desculpa a minha ausência, mas ando mesmo numa grande correria.
Vi ontem a reportagem e só te posso dizer que acabei com as lágrimas a correr pela cara abaixo.
Olha minha Amiga, vou colocar hoje no correio uma pequena coisa que fiz para ajuadar o JP, já tinha feito no meu blog um post à uns dias atras, e hoje voltei a fazer, e onde mostro o que fiz para o JP, pois o importante é vender.
Espero do fundo do meu coração, que tudo corra da melhor forma
Beijocas ENORMES
Ana
Eu vi... chorei confesso... lembrei-me tanto de ti (dele)...
A diferença de evolução das gémeas... para aquele menino confinado a 4 paredes... uma criança que está a "atrofiar" porque fecharam o centro de fisioterapia????
O que se faz nestes casos? o que se chama a este país medíocre?
Vi claramente a diferença entre quem pode e quem precisa...
A diferença entre andar e ter de lutar contra as ruas mal concebidas... contra a diferença de não se ser "normal"????
Chocante... revoltante... e sobretudo uma lição para quando eu penso que tenho problemas : (
Um beijo...
Tinha intenção de ver... e infelizmente esqueci-me que era ontem...
E também tive o mesmo pensamento , quando vi anunciar... Parece que agora se fala mais deste assunto e ainda bem.
As familias precisam de apoios urgentes e ainda bem que há quem faça alguma coisa para isso.
Acho que apesar de haver muito a fazer...devagarinho vai havendo mais sensibilização, mais atenção para estes casos...
Beijos e Tudo a correr pelo melhor
Olá, olá
Confesso que não consegui ver a reportagem, ainda por lá passei uma ou duas vezes mas, ainda não estou preparada...
O meu marido e o G. viram de forma calma e serena, aceitando a diferença com tanta naturalidade. Tive orgulho neles!
Eu ainda tenho um longo caminho a percorrer...
Contudo, concordo contigo. Como são dificeis os nossos dias e como temos que lutar tanto, para que os nossos meninos tenham as melhores oportunidades.
Também já tinha comentado que ultimamente ouvimos falar, muito mais de deficiência e de PC.
Fiquei na dúvida, será que sou eu que estou mais atenta a estes temas ou estamos a assistir a uma mudança, lenta certamente, de mentalidades?
Beijinhos
Olá Grilinha!
Gostava de ter visto a reportagem, e de facto a nossa sociedade ainda não aceita com naturalidade as pessoas com deficiência. Eu já tinha dito aqui, agora é que começam os primeiros passos com a integração nas escolas! E Peca por ir tarde, mas como dizes estas pessoas em adulto, apesar das dificuldades, não precisam de viver de subsidios podem fazer a sua vida, precisam é de um empurrão nalgumas coisas, como acessibilidades entre outras.
Temos de mudar mentalidades, mas só aos poucos.
E infelizmente, parece-me que a PC ainda é entendida como atraso mental, pelo menos eu sempre que falo no assunto tenho de explicar que na maioria das vezes é uma limitação motora e não intelectual e fico triste!
Mal me quer: És sempre benvinda quando podes aparecer. Mil beijos para ti e bem haja pela tua iniciativa.
Docinho: A reportagem é triste mesmo, mas a nossa vida não tem de ser igual. Temos esperança de ter a atitude do Manel- NUNCA DESISTIR e acreditar que sim, há outros caminhos e com a mudança de mentalidades podem ser desbravados. Tb há casos felizes, mas a reportagem optou por centrar-se mais nestes. Talvez tenha feito bem, porque retratam com mais realidade a maioria das situações, sendo as outras as excepções. Vamos tentar ser todos excepções com mudança de mentalidades. Vamos olhar para quem está ao nosso lado, e ajudar. Seja paralisia, sejam outras dificuldades. Todos temos algumas limitações. Sejamos bons seres.
Ninguém conhece o dia de amanhã. Temos de construir uma sociedade boa para com os outros. Amanhã poderá ser boa, para connosco, porque podemos ser nós a precisar...beijos docinhos, para uma menina docinha
Cláudia: é isso sim....Beijocas
Oh Dina, não te censuro. Eu vi de uma forma, mas vi a cara do meu marido diferente da minha. O drama à volta desta reportagem é bom. Alerta, chama a atenção. Toca no coração. Revolta as pessoas "normais" e as deste "pequeno mundo". Mas foi difícil de digerir.
Estou uns anos à tua frente e por isso consigo assimilar "talvez"....e que se SALIENTE O TALVEZ, mais preparada para ver este tipo de reportagem sem me deprimir. Fico feliz de serem feitas.
És uma mulher muito emotiva e cheia de esperança que não quer que a esperança seja abalada. Nem eu, minha linda. Os nossos filhos têm sorte em ter mais que fazem barulho. Continuemos assim !!! Modéstia à parte, acho que não estamos em mau caminho.
E a nossa luta pela sua reabilitação vai dando os seus frutos....devagarinho....como é habitual. Vamos todas lutando ao lado umas das outras, apoiando-nos e juntando-nos para unir forças. Beijos para ti e obrigado por comentares. Era importante este comentário para mim.
Sorte em terem Mães que fazem barulho.....enganei-me....bjs
Não sabia da reportagem, só vi, infelizmente, uns minutos finais. Mas do pouco que vi gostei. As reportagens da Ana Leal são por norma boas e marcam a diferença. Fiquei triste por viver num país onde as pessoas com pc não são considerados. Se não forem os pais a lutar contra mais essas injustiças, para os governantes melhor seria assobiar para o lado e fingir que não existem.
Há tanta gente dita normal que são uns anormais imbecis e pessoas extraordinárias, como aquele engenheiro da reportagem a fazer o doutoramento, que são esquecidos e renegados.
Um beijinho
Helena
Eu vi,e estou a 100% nessa luta,na luta pela diferença.Na mentalização de que somos todos diferentes uns dos outros,só que nuns se nota mais.Aquele rapazinho que estuda na universidade,a luta que ele faz para andar,mas vai mesmo sem garantia nenhuma de que terá um trabalho à altura dele,pois ele será um Dr.
Aquelas meninas gémeas,fizeram a minha filha olhar para mim,com uma cara de auto-crítica,não foi preciso falar nada...tanto se queixam as pessoas que não têm limitação alguma.Adorei a reportagem,pena tenho que a maioria do nosso Portugal estivesse na concorrência(sic) a ouvir disparates.Beijinhos.
eu vi a reportagem, AMEI!!
Pensei em vocês a reportagem toda toda!!!
há crianças realmente com muita força!!!
jcas
Nem mais... o que hoje ajudamos... amanhã podemos ser nós a precisar ;o)
ACREDITAR SEMPRE ajuda a ter mais um sorriso na vida!
Um beijo enorme
Olá
Também vi a reportagem (e já agora: não consegui colocar o vídeo directamente no blog, mas há pelo menos o link à reportagem - já lá está no meu cantinho). As pessoas que estavam comigo acabaram a chorar (de revolta!). Eu acho que senti mais como tu. Principalmente feliz por haver quem se digne a fazer veste tipo de trabalho. É realmente de louvar e agradecer!
Sinceramente: só mesmo a Maria José Tribolet para dizer o que foi dito!!! As pessoas têm "medo" ou vergonha ou seja lá o que for...
Este ano a APCL comemora 50 anos de existência e a intenção é fazer-se ouvir - mais do que nunca!
E quanto ao II Encontro de Famílias da Paralisia Cerebral?!?...
Beijinhos
Grilinha,
Tive pena de não ver a reportagem. Confesso que não soube que ia dar.
Na minha família sempre me olharam normalmente, sempre fui assim e portanto, habituaram-se a ver-me assim. Muitas vezes deparo-me com olhares,risos, por vezes até distanciamentos, mas fora de casa.
Quanto à integração estamos muito mal! A formação profissional existe muitas vezes para se ganhar algum em subsídio. Na prática os cursos profissionais e a integração no mundo do trabalho é nula, porque as leis, muitas vezes, não se cumprem ou porque esse curso não tem empregabilidade.
Estava a estudar, pedi uma bolsa e foi-me recusada. Portanto, vim para casa, e estudo sozinha, brinco na farmville. Que vida tão produtiva... Como eu, há milhares de pessoas e ainda em pior situação.
Procuro trabalho, mas como não há para ninguém que fará para mim. Enfim, nem vale a pena...
Beijinho
Joana
Grilinha
Acabei agora de ver a reportagem, entre alguma angústia por ver pessoas privadas de liberdade por falta de ajudas técnicas ou seja lá que nome for, mas também esperança de que é sempre melhor falar-se do assunto, do que se fingir ou ocultar que as situações não existem...
Em relação á integração real na vida activa, não anda nada longe de toda a população "deficiente" em Portugal, quase parafraseando a vice-presidente da associação que falou à quase uma anulação de investimento na melhoria de qualidade de vida destas pessoas, e mesmo quando lhes é dada formação e tendo as mesmas habilitações, vão ser sempre penalizados pela diferença...
Cabe-nos a nós pais o papel de defender e lutar pelos direitos dos nossos filhos...
Há mães e pais que eu sei que não vão desistir, e farão a diferença...
bjocas
Ao fim de tantos anos e conhecendo tão bem esta realidade ainda me emociono, ainda choro e ainda me revolto com o país que temos.
Não é dificil mudar mentalidades se cada um acreditar que se pode fazer um mundo melhor. O problema é que ainda vivemos num mundo egoísta, em que se dá maior importância a coisas banais do que a coisas que são realmente importantes. Cabe a cada um de nós começar a mudar alguma coisa.
Adorei a reportagem como forma de sensibilização ou chamada de atenção para uma coisa que no nosso país realmente não corre bem.
Quanto aos pais, famíliares e amigos, não há que desistir. Todos os dias são de luta intensa, e todos os pequenos óbstáculos ultrapassados são vitórias enormes e são essas que fazem avançar cada vez mais e ter força para continuar cada vez mais intensamente!
Conheço as gémeas pessoalmente, e posso dizer que a vontade de viver e o espírito de sacrifício são um reflexo da família maravilhosa que têm a apoiá-las.
E assim como elas, também o nosso JP vai chegar longe,porque acima de tudo existe um amor tão grande que o faz ter força para lutar todos os dias por um futuro melhor.
Continuem a vossa luta!
Beijo
Olá Grilinha e JP desejo que tudo esteja bem com todos vós.
A reportage, é a realidade cá neste
PORTUGAL, mas temos que ficar contentes porque finalmente se começa a falar de PC é um pouco atrazado, mas esperamos que as boas vontades não morrem pelo caminho, e se começe a trabalhar no sentindo que todos diferentes, todos iguais, de forma a não continuarmos nestas descreminações de anos....
PS:- Nao me tenho esquecido de vós,
Só que a minha vida tem andado um bocado complicada," mas mais vale tarde do que nunca"....
:)) Beijos com muito carinho
Um abraço fraterno. Li o seu post - vi o seu blog- estou consigo.
Tenho uma filha com PC (aliás fui eu quem disse que a nossa vida devia correr sobre rodas!!!! nós sabemos que não corre.
O encontro da Familias será nos dia 28 e 29 de Maio - por favor acedam ao site da APCL e preencham o inquérito.
www.apcl.org.pt
www.congressoparalisiacerebral.com
É tão preciso estarmos juntos...
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