quarta-feira, março 24, 2010

1º dia do Curso de Comunicação aumentativa na NUTAAC (ex UTTAC)

Manhã de chuva e filas em todo o lado. Cheguei uma hora atrasada e em stress. O curso começou com as pessoas a apresentarem-se. Maioritariamente professoras do ensino especial de unidades de multi-deficiência.
A Dra Margarida Nunes da Ponte fez uma abordagem fantástica, neste primeiro dos 3 dias de curso. Leu cartas de pais de filhos sem oralidade e depoimentos de estudiosos do tema das técnicas aumentativas de comunicação. O meu filho apareceu em vários vídeos de demonstração em diversos estados de evolução. Sempre concentrado e pouco sorridente para o que conheço dele. Parecia realmente esforçado, interessado e empenhado. Infelizmente só não apareceu neste estado mais recente e mais evoluído.
Fez-se uma experiência fantástica: os formandos, escolherem um parceiro, pensarem numa frase que queriam transmitir e tentarem fazerem-se entender sem falar. Tínhamos uma tabela de símbolos demasiado básica e apenas as nossas expressões do rosto. A minha parceira era a mamã Sisa. Consegui adivinhar o que a mamã Sisa quis dizer e fiquei feliz.
Eu para variar escolhi algo bastante complexo para dizer e ela não me entendeu. Nem ficou perto. E como ela me conhece bem, imaginei que ia adivinhar. Fiquei frustrada. A tabela era fraca e não era fácil transmitir um pensamento complexo. Naquelas condições era impossível sem escrever....(já que falar não podíamos, nem escrever).
Quando partilhamos as experiências e os resultados na sala, a Dra. Margarida observou de imediato: " pois é mãe, uma frase bastante complexa, exatamente como também o seu filho gosta de elaborar".
Um aperto no coração...mas um pequeno alívio por ele estar finalmente a dar os passos mais fortes neste sentido. Senti que tenho de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para me comunicar melhor com o JP e tenho de o fazer com toda a urgência.
Eu conheço a "cabeça" do meu filho....é um espírito curioso, um miúdo que quer contar tudo a toda a gente, um ser muito social. Mesmo com toda a ajuda dos pais e da escola, é duro não comunicar os seus pensamentos mais complexos....e limitar-se a expressar as necessidades básicas. Estamos aqui, filho. Sempre tentámos entender-te e vamos ainda esforçar-nos mais…

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